Creio-me "ser" excessivamente. E talvez aí esteja indo pelo caminho errado, buscando ver de olhos fechados. Olharei agora com claridade o que em mim é inegável.
O que eu 'não' sou.
Eu não sou...
.............insensível (?)
.......................(excitando pensamentos)
Insensibilidade é uma morte que ainda não cometi completamente. Rezo mesmo nunca chegar lá, por mais que já tenha conhecido a porta estreita e asfixiante da fuga pela insensibilidade. Todas essas toscas saídas que fechei (abrindo-as) em mim, agora esforço-me para transformar em janelas, estantes para livros, quadros para pinturas, folhas para poesias, estremecimentos da espinha. Não sentir é não viver. E eu amo demais para não querer viver. E eu vivo demais porque estou a te amar.
Eu não sou...
....................paciente (?)
Confesso que confundiu-me reconhecer tal coisa, pois, aparentemente eu sou sim uma pessoa paciente. Mas me vi forçado a dizer. Ficar esperando é difícil e angustia-me. Para sobreviver, eu ocupo cada instante de mim com algo que me faça ignorar a espera e por isso nunca estou longe de um livro ou um bom pensamento que me distraia ou ainda uma lembrança extasiante. Tenho planos tão longínquos. Convicção séria de meu futuro, muitos anos pela frente! Mas não me preocupo com isso, vivo calmamente cada dia, atormentado pelo excesso de atividades que criei para não ficar esperando. Já escrevi "às vezes eu acho que a vida é uma espera". Eu não consigo esperar.
Eu não sou...
....................mentiroso (?)
Sempre tive esse defeito! (riso). Tenho a necessidade vital de confiar em mim mesmo e, para tanto, é preciso ser sincero. É preciso ser transparente, verdadeiro. Porém, posso dizer a verdade, mas não sem dificuldade. Certas coisas podemos simplesmente jogar, dizendo rapidamente e lidar com os resultados, sejam quais forem. Porém há na alma algums fatos e sentimentos que não podem ser ditos tais quais são em pensamentos, simplesmente porque não, são profundos demais e seus ecos não alcançam o fim da boca! Mas, ainda assim, precisam ser ditos (e alguns já o foram pela primeira vez). O que faço? Aprendi a dizer sem dizer. Digo e satisfaço minha necessidade, mas ao mesmo tempo, sei que foi dito de maneira obscura o suficiente para resguardar-me. É meu último refúgio. Quando eu te disser tudo de maneira totalmetne clara, por Deus, tenho até medo. (riso). Desculpo-me a mim mesmo afirmando que desta forma tudo fica mais interessante. O enigma que solto, as adivinhações, as imagens metafóricas alimentam a imaginação, constroem mundos de fantasia que, paralelos à verdade, acabam por revelar pedaços escondidos que eu sequer imaginei expor. Bem, não consigo mentir. (Eu te amo!)
Eu não sou...
.....................disciplinado (!)
Nossa! Será que serei um dia? Quando tinha dezessete anos quis ir para o exército por dois motivos, primeiro, queria aprender a defender-me com mais severidade, ou seja, despertar a violência (queria poder fazer algo concreto em situações de ameaça - e achei que lá poderia aprender) e também queria desprender-me de todas as frescuras materiais e adquirir disciplina! Graças a Deus fui salvo belo gongo! Consegui safar-me, porém continuo indisciplinado. Acordar, agir, fazer o necessário. Faço bastante, porém sei que várias vezes simplesmente não faço porque não quero. Falto sem grande pesar, não dedico-me inteiramente. Lógico que se o fizesse, não sobraria nada de mim para mim mesmo, mas... às vezes sinto que deveria. Porém, sempre tenho algo que me consola e me dá tranquilidade - coloquei data já para o momento final de minha indisciplina - quando sair da zona de conforto mor que é a casa materna e estiver andando com minhas pernas todos os passos, não terei outra escolha, terei que dormir, fazer e agir com disciplina. (Ou não!) Talvez seja ai mesmo a derrocada quando não dormirei mais nem farei nada além de ficar deitado, esparramado nos teus braços...
Eu não sou...
...................obediente (!)
(E ela rirá ao ler isso!) Dê a uma frase uma leve sensação de ordem e eu sentirei meu corpo enrigecer-se. Poderei até fazer, sabendo que o tom é de brincadeira, mas farei uma birrinha, também brincando. Ordens são agressões terríveis para minha alma. Eu não preciso de "por favor" ou formalidades em pedidos, apenas transmita na voz o benigno tom de pedido, de igualdade, de fraternidade. Ache-se superior e negar-me-ei. A menos, é claro, que seja impossível ou que seja mesmo mais interessante fazer, mas ainda, haverá resistência. Independência, autodeterminação, autonomia, decisão, responsabilidade, direito de escolha, livre arbítrio. Não consigo viver sem, não consigo ser marionete, não consigo "não escolher". Talvez porque me é totalmente irracional obedecer. Obedecer é não-pensar e eu já disse, ainda não aprendi a não-pensar. E quando aprender, não será para este fim! Só faço se fizer sentido ou se for um pedido! Escravo do sentido! O amor, por exemplo, dá sentido a tudo (quase). Enfim, ninguém tente me dar ordens.
Eu não sou...
......................frio (!)
Poderia conectar-me a uma caldeira e ser a lenha! Às vezes eu chego próximo da combustão espontânea. Mas, além desse aspecto físico (que não é brincadeira), eu tenho certo vício por calor humano, manifestado em forma de carinho. Sempre me faço a pergunta - Por que deixar minhas mãos paradas sobre meu corpo, quando poderia tê-las acariciando meu amor? Ou algo assim. É, carinho é uma centelha fundamental da "melhor coisa do mundo". E quando se está perto de alguém que se quer muito bem, qualquer distância parece simplesmente estúpida! As pessoas deviam estar mais próximas umas das outras. Muitas frustrações, depressões ou simples tristezas não existiriam se em momentos assim alguém que gostamos se aproximasse e nos fizesse carinho. Seria infantilidade? Bem, desde criança eu adquiri esse vício e espero mesmo nunca perdê-lo. Há coisas maravilhosas na infância que devemos preservar. A denominação "infantil" sempre soa negativa aos olhos dos mais velhos, mas isso porque eles perderam toda a magia de viver e ver a vida como vê uma criança - sem as mazelas e sujeiras espirituais. Gestos fáceis e sem prejuízos como dar as mãos, os cabelos, olhar nos olhos, um abraço! Salva uma alma. Das atitudes presentes nas relações humanas, o carinho é a mais divina e majestosa, sempre achei. Mais do que dialogar, refletir, planejar, sonhar, antes de tudo, encontremo-nos uns aos outros. Sinta que na gélida sociedade, existe calor humano. Que na vaguidão do coletivo, existem pessoas reais com quem podemos ser nós mesmos e fazer um mundo melhor, a medida que sintamos a humanidade que existe em cada um. Carinho.
Eu não sou...
...................infalível (!)
Digo isso porque, em alguns aspectos, achei mesmo que eu fosse. Porém, como sempre, era mera presunção minha. Eu tinha confianças demais e acreditava em coisas que mostraram-se inexistentes. Graças à providência, sobrevivi e estou vivendo. Pela segunda vez presenciei a demolição de parte significativa de minhas crenças (as individuais, não as coletivas) e me vi desamparado. Novamente fui reerguendo a minha forma de agir, com as inseguranças e medos daquele que se sente andando por um chão quebradiço e escorregadio, pantanoso. Mas, a medida que caminhava, minhas mãos se encontravam mais e mais com outras mãos que me permitiram (estão me permitindo) ser verdadeiramente e 'reescrever' as verdades que se mostraram frágeis. Sinto-me tão bem agarrado a essas mãos, entregue à essa pessoa. E meus erros vão desvendando meus mistérios, como pistas desagradáveis mas que me levam a mim mesmo. Reconhecer que errar (e não os errinhos bobos do dia a dia, mas erros que causam dores profundas), ou melhor, causar dor, às vezes é inevitável. Eu sinto muito pela dor que causei, muito mesmo. E ainda é cedo para saber todas as repercussões, principalmente as positivas, já que "tudo acontece da melhor maneira possível", porém, isso me deu uma humildade interior que não existia. Eu realmente tinha um julgamento muito severo baseado neste alto referencial que fazia de mim mesmo, esta moral supostamente inquebrável. Parece que descobri (um pouco mais) a humanidade. Mas no fim, "amar é tudo o que importa".
Eu não sou...
................invulnerável (!)
Eu não sou...
.....................disciplinado (!)
Nossa! Será que serei um dia? Quando tinha dezessete anos quis ir para o exército por dois motivos, primeiro, queria aprender a defender-me com mais severidade, ou seja, despertar a violência (queria poder fazer algo concreto em situações de ameaça - e achei que lá poderia aprender) e também queria desprender-me de todas as frescuras materiais e adquirir disciplina! Graças a Deus fui salvo belo gongo! Consegui safar-me, porém continuo indisciplinado. Acordar, agir, fazer o necessário. Faço bastante, porém sei que várias vezes simplesmente não faço porque não quero. Falto sem grande pesar, não dedico-me inteiramente. Lógico que se o fizesse, não sobraria nada de mim para mim mesmo, mas... às vezes sinto que deveria. Porém, sempre tenho algo que me consola e me dá tranquilidade - coloquei data já para o momento final de minha indisciplina - quando sair da zona de conforto mor que é a casa materna e estiver andando com minhas pernas todos os passos, não terei outra escolha, terei que dormir, fazer e agir com disciplina. (Ou não!) Talvez seja ai mesmo a derrocada quando não dormirei mais nem farei nada além de ficar deitado, esparramado nos teus braços...
Eu não sou...
...................obediente (!)
(E ela rirá ao ler isso!) Dê a uma frase uma leve sensação de ordem e eu sentirei meu corpo enrigecer-se. Poderei até fazer, sabendo que o tom é de brincadeira, mas farei uma birrinha, também brincando. Ordens são agressões terríveis para minha alma. Eu não preciso de "por favor" ou formalidades em pedidos, apenas transmita na voz o benigno tom de pedido, de igualdade, de fraternidade. Ache-se superior e negar-me-ei. A menos, é claro, que seja impossível ou que seja mesmo mais interessante fazer, mas ainda, haverá resistência. Independência, autodeterminação, autonomia, decisão, responsabilidade, direito de escolha, livre arbítrio. Não consigo viver sem, não consigo ser marionete, não consigo "não escolher". Talvez porque me é totalmente irracional obedecer. Obedecer é não-pensar e eu já disse, ainda não aprendi a não-pensar. E quando aprender, não será para este fim! Só faço se fizer sentido ou se for um pedido! Escravo do sentido! O amor, por exemplo, dá sentido a tudo (quase). Enfim, ninguém tente me dar ordens.
Eu não sou...
......................frio (!)
Poderia conectar-me a uma caldeira e ser a lenha! Às vezes eu chego próximo da combustão espontânea. Mas, além desse aspecto físico (que não é brincadeira), eu tenho certo vício por calor humano, manifestado em forma de carinho. Sempre me faço a pergunta - Por que deixar minhas mãos paradas sobre meu corpo, quando poderia tê-las acariciando meu amor? Ou algo assim. É, carinho é uma centelha fundamental da "melhor coisa do mundo". E quando se está perto de alguém que se quer muito bem, qualquer distância parece simplesmente estúpida! As pessoas deviam estar mais próximas umas das outras. Muitas frustrações, depressões ou simples tristezas não existiriam se em momentos assim alguém que gostamos se aproximasse e nos fizesse carinho. Seria infantilidade? Bem, desde criança eu adquiri esse vício e espero mesmo nunca perdê-lo. Há coisas maravilhosas na infância que devemos preservar. A denominação "infantil" sempre soa negativa aos olhos dos mais velhos, mas isso porque eles perderam toda a magia de viver e ver a vida como vê uma criança - sem as mazelas e sujeiras espirituais. Gestos fáceis e sem prejuízos como dar as mãos, os cabelos, olhar nos olhos, um abraço! Salva uma alma. Das atitudes presentes nas relações humanas, o carinho é a mais divina e majestosa, sempre achei. Mais do que dialogar, refletir, planejar, sonhar, antes de tudo, encontremo-nos uns aos outros. Sinta que na gélida sociedade, existe calor humano. Que na vaguidão do coletivo, existem pessoas reais com quem podemos ser nós mesmos e fazer um mundo melhor, a medida que sintamos a humanidade que existe em cada um. Carinho.
Eu não sou...
...................infalível (!)
Digo isso porque, em alguns aspectos, achei mesmo que eu fosse. Porém, como sempre, era mera presunção minha. Eu tinha confianças demais e acreditava em coisas que mostraram-se inexistentes. Graças à providência, sobrevivi e estou vivendo. Pela segunda vez presenciei a demolição de parte significativa de minhas crenças (as individuais, não as coletivas) e me vi desamparado. Novamente fui reerguendo a minha forma de agir, com as inseguranças e medos daquele que se sente andando por um chão quebradiço e escorregadio, pantanoso. Mas, a medida que caminhava, minhas mãos se encontravam mais e mais com outras mãos que me permitiram (estão me permitindo) ser verdadeiramente e 'reescrever' as verdades que se mostraram frágeis. Sinto-me tão bem agarrado a essas mãos, entregue à essa pessoa. E meus erros vão desvendando meus mistérios, como pistas desagradáveis mas que me levam a mim mesmo. Reconhecer que errar (e não os errinhos bobos do dia a dia, mas erros que causam dores profundas), ou melhor, causar dor, às vezes é inevitável. Eu sinto muito pela dor que causei, muito mesmo. E ainda é cedo para saber todas as repercussões, principalmente as positivas, já que "tudo acontece da melhor maneira possível", porém, isso me deu uma humildade interior que não existia. Eu realmente tinha um julgamento muito severo baseado neste alto referencial que fazia de mim mesmo, esta moral supostamente inquebrável. Parece que descobri (um pouco mais) a humanidade. Mas no fim, "amar é tudo o que importa".
Eu não sou...
................invulnerável (!)
É também parte da "melhor coisa do mundo"! Essa característica é muito parecida com a primeira que escrevi, porque para alguém ser supostamente 'invulnerável', ela precisa obrigatoriamente ser 'insensível' e se tornar incapaz de sentimentos verdadeiros e profundos. Porque sentimentos são "fraquezas" sob o ponto de vista dos invulneráveis. Quando nós nos deixamos sentir, ficamos abertos inclusive para sentir dor. Bastante. Mas é algo que precisamos estar dispostos. A dor é crucial. Sem dor, não há felicidade ou amor ou prazer ou cor e vida, não há. E lógico que não existe ninguém que nunca sofreu, mas, há os que tendo sofrido uma ou algumas vezes, dedidem por se fecharem de tal forma que fiquem "protegidos" contra a dor. Mas assim eles ficam "protegidos" de tudo, de ir além da estática que são atualmente, atravessar as barreiras e aprender coisas novas, novas formas de ser e viver. Quanto mais vulneráveis estivermos, mais gravemente poderemos nos transformar e nos conhecer, mais intensamente se moldará nossa vida segundo nosso verdadeiro 'eu'. E vai doer. E nem mesmo acho que seja bom gostar da dor - acostumar-se a ela -, mas poder sentir na dor o bem que existe e sentir no peito o destemor. Porque só se não tivermos medo do desconhecido (no sentido de sentimento que paraliza, e não aquele medo que nos faz ter cuidado, mas sem impedir-nos de ousar), poderemos nos aproximar da luz que existe em nossas almas e no universo.
E por fim...
Eu não sou
................uma pessoa calada, que guarda só para si seus pensamentos.
Acho que não preciso explicar porque. Expressar é viver!
E por fim...
Eu não sou
................uma pessoa calada, que guarda só para si seus pensamentos.
Acho que não preciso explicar porque. Expressar é viver!
2 comentários:
Na foto, nos fios tem um passarinho né?! *-*
Sempre quiz tirar uma foto de um passarinho nos fios mas nunca consegui T-T (nem vou roubar a sua porque sou orgulhosa xD)
Ah, eu ri muito quando li "Eu não sou obediente". ausuhauhshuauhs
Amo sua desobediência, amor.(Mesmo quando é só pra me provocar ¬¬)
Amo você e todo seu(super)calor e suas mãos inquetas e ... tudo!
"SEM DOR, NÃO HÁ felicidade ou amor ou PRAZER ou cor e vida, NÃO HÁ."
Te pegueeeeeei! >D HOHOHOHOOH
"E nem mesmo acho que seja bom gostar da dor - acostumar-se a ela"
Não pegou não! hehehehehehehe
E deixe de ser orgulhosa, menina! XD
hihihihihih
Se quiseres, tiro muitas outras fotos de passarinhos em fios lindos para você!
<3
Postar um comentário