quarta-feira, 15 de julho de 2009

Não se vá...

-PRETO-

Se pra cada amor que houver, também vier dores e lágrimas
Se ao me aproximar, transparecendo sentimentos e lástimas
Deixando escapar as minhas palavras drásticas, tolas ou mágicas
For causar maior solidão que a minha que eu pensava ser a maior
Se assim for, por que diabos então há o amor?

Na imensidão do oceano os cardumes se afastam dos ciganos
E as ondas espumam milhões de enganos
As tempestades agitam corações em chuvas insones
Escondendo o brilho, nos deixando com fome
Da luz escassa do crepúsculo da vida
Levando embora a caravela de minha preciosa
.....................................................amiga
Derrubando os coqueiros e os quentes abrigos
Esfriando as pontas dos dedos e das feridas
Até o retorno cruel
Ao ponto de partida

No romper da costura daquelas peles rasgadas
Sangrará uma solidão demasiado antiga
Ai, tudo porque sinto ir embora esta minha amiga
Que comigo ouvia a canção do silêncio
Ecoando em mim as ventanias do tempo
Encantando em mim os contos de fadas

E uma tristeza serena e taciturna se esconde
Nos cantos escuros das palavras do horizonte
A perdurar nos corredores muitos e desconhecidos
Da minha alma que sofre a perda da sua
Esta perda demasiado seca, continentalmente crua...
Uivando mil noites diante da lua...

Não, não, não se vá...
Engane o destino que a todas levam
Rompa as correntes que terrivelmente encerram
As noites e as cartas e o olhar ardente
E aguarde comigo as respostas indecentes
Que desabrocharão das veias em ondas do mar