sexta-feira, 4 de setembro de 2009

longe daqui...

Por essas horas eu estaria longe daqui, deitado na proa, olhando pro céu, sentindo a brisa forte e fria agitando minha roupa, balançando com as ondas que se chocam contra o metal. Por essas horas eu fecharia os olhos para concentrar-me nos sons, na minha pele, no frio que estaria sentindo, nos calafrios pelo corpo quando o balançado quase me atirassem longe. Minhas mãos se fechariam contra as barras de metal para segurar-me e eu ficaria assim por horas. Talvez antes de cair no sono e despencar para a morte, me levantaria e caminharia pelo convés. Simplesmente andando em círculos, dando voltas pela cabine. Meus pensamentos voarão mais alto que os pássaros marinhos. Não importa mesmo para onde o navio está indo, estar a caminho já me basta. Que horas serão? Procuro o sol. Está nublado e poucos raios transpassam as camadas nebulosas. Talvez do meio pro fim da tarde. O que se vê do céu é de um azul profundo... e as nuvens estão tão definidas que parecem sólidas, de uma matéria celestial. Acho que estaria meramente contemplando, para ser sincero... sem pensamentos... sensações, apenas... Em dado instante, quando em águas mais razas, me daria um impulso infinito de pular... ter meu corpo tomado pela água fria. Quando chegarmos, poderei nadar eternamente...
Apoio os braços nas barras de proteção e sinto a massagem do vento. Olho e sou...

Por essas horas eu estaria longe daqui...

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