terça-feira, 15 de setembro de 2009

anéis de espelhos


Não, não era previsível e se todos esperavam, talvez fossem outros os motivos, não sei. E, todos esperam o quê? Ainda não aconteceu. Se eram e são diferentes, isso não significou nenhum obstáculo para os dois, não impediu alegrias inacreditáveis nem diminuiu a afeição que tinham. Se de repente tudo mudou, realmente não se sabe por que foi, mas às vezes estamos caminhando sob o sol claro e invade uma tempestade que se aloja por semanas. Ele carrega dentro de si a sensação de que o dia vinte e cinco do oito marcou a história deles para sempre. Acha até que tem certeza disso. Mas, os dias que se seguiram foram bons e não pensou nisso naquele tempo. Porém, nem uma semana depois e a queda d´água racha os laços que existiam e agora estão assim, como se se olhassem através de um vidro, d´um aquário, suas imagens e sentimentos distorcidos por uma água turva e escura. É, ele nunca soube exatamente os porquês, deixou-se levar, queria estar perto pela sensação que lhe trazia estar, e também porque ela lhe inspirava e fazia o mundo parecer para ele diferente. E a diferença faz tanta diferença. (E a redundância faz parte da vida, vivemos nos repetindo, em atitudes e pensamentos). O não-saber dos porquês nunca o fez duvidar. Antes as mudanças repentinas dela, isso sim o estremecia de uma maneira ruim, com um frio na espinha que atingia sua alma. Ele sempre se achou inconstante, mas tentava não o ser e talvez não fosse, mas... também sabia que "constância" é algo que não existe em seres voláteis como somos nós, seres humanos. Não sabia se queria padrões de comportamento, porque sabia que, provavelmente, se cansaria se sempre fosse da mesma forma (mas tinha certeza que não aconteceria), mas alguma coisa ele gostaria de ter sempre e essa mínima coisa ou atitude, que foi tão essencial no despertar de seus sentimentos, foi a primeira que desapareceu, logo no princípio. Era um tanto frustrante, mas experiências passadas faziam-no suportar esta ausência até com certo sucesso, mas sua mente insistia em pensar nisso quando estavam juntos. Mas, isso não importa. Eles sorriam e conversavam coisas à toa e era bom... Bem, as portas não se fecharam e muito ainda pode (poderia) ser buscado, pena que ela está nessa indecisão e a intuição dele cochicha os piores desenlaces. Ele fará silêncio, porque ela disse que só consegue pensar (refletir) no silêncio... e, bem, o carinho dele é somente dela e nisso, nada mudou.

Com amor...




(Faz - Mallu Magalhães)