sexta-feira, 11 de setembro de 2009

riscos

Amanheceu chuvendo, apressado.
Uma pequena mentirinha do dia
que gosta de nos fazer pensar em cinza

Sinto, meu bem, que sou uma ilhota
entre dois córregos silvestres
que muito antes de mim se conhecem
e que estão seguindo a mesma rota

Parece, meu bem, que os ponteiros,
despercebidos, estão voltando
à nascente onde nasceram um dia
até a hora inicial que sem mim havia.

E meus pulmões e o mundo
fazem uma ampulheta sem fundo
O ar escapando de mim
até se extinguir
nossa última centelha


Não sabe como ama? É sinal
de que cresce e cresce e apodera-se
e eu decresço, decresço, esquece-te
quando terá a areia chegado ao final

e as duas águas que se fazem existir
poderão seguir, poderão fluir
refluir, influir, des/construir
e eu ficarei vendo-as ir

É, eu tenho mania de prever
Se estiver errado, a felicidade fica aqui
Se não, bem, é preciso viver
além das adversidades de si.



(às vezes eu me sinto egoísta, que conosco eu aprendi e descobri mil universos
mas que talvez você não tenha descoberto tanto comigo além de coisas sobre mim...)
(Disfarçar - CDMTN)

Um comentário:

Fernandes disse...

Além das adversidades dos fins.